Depois de ter abordado os tipos de cabelo que podem ser usados, hoje vou comentar sobre as suas proveniências.
Ao longo dos diversos anos que colaboro com a Capel-lo participei em muitas formações e felizmente creio que o mito urbano nr 1 - provêm de pessoas falecidas, já está ultrapassado.
Mas efetivamente donde é que ele vem?
Ao longo dos anos, algumas populações extremamente religiosas em países como a India (e outros países da Ásia) foram mudando os seus hábitos e foram-se ocidentalizando. Inicialmente de tão pobres, ofereciam às suas divindidades nos templos a única coisa que possuíam além da devoção: o seu cabelo! Este, que nascia de forma natural, mais forte ou menos forte, era inesgotável e tornava-se um verdadeiro sacrifício o não cortar, ter cuidado com todos os que caíam (eram entregues posteriormente nos templos), etc. Por outro lado, esse sacrifício era complementado com algumas regras "apenas pode cortar quando nasce o primeiro filho" ou "quando se casa", etc
Também na Europa, as "regras" foram gradualmente alteradas, há 40 anos (para não recuar mais no tempo), as mulheres com frequência entravam nos conventos, seja por vocação, seja por inconfidências na sociedade. E também com frequência, esse era o seu primeiro ritual: cortar o cabelo.
Sejam os templos, sejam os conventos, aproveitavam esses cabelos de oferendas para realizar algumas verbas para sua subsistência.
Ainda existirão seguramente algumas toneladas de cabelo armazenadas um pouco por todos os continentes, com maior ou menor qualidade, com maior ou menor comprimento, mas qual será o futuro?
Continuam a existir pessoas com cabelo comprido, basta uma rápida pesquisa no facebook e encontramos várias páginas relacionadas com muitas fotos, seguramente algumas com auxilio do photoshop, outras não. Idem noutras redes sociais e motores de busca.
Considerando que cada cm de cabelo corresponde a 1 mês de calendário de crescimento não deixa de ser notável quando falamos de cabelos com mais de 70, 80cm de comprimento.
Hoje, é uma realidade que o cabelo (com comprimento) está a esgotar-se rapidamente e países como o Brasil (o segundo maior exportador mundial) aparecem com cabelos virgens de muito boa qualidade e tratamento, mas seguramente será "sol de pouca dura" pois o serviço de extensões no cabeleireiro, veio para ficar! Independentemente da sua apresentação, forma de colocação, qualidade e durabilidade, é um serviço que ganha diariamente adeptos novos e o cabelo tende a ser de menor qualidade pela sua escassez.
O que nos resta? Continuarmos a ser exigentes com o que nos apresentam, conhecer cada vez melhor as diferenças entre diferentes tipos de cabelos, entre as fibras e aguardar que os fabricantes de fibras consigam concretizar rapidamente os seus estudos teóricos no desenvolvimento de fibras que um dia possamos dizer: tal qual o meu cabelo natural!
E a título pessoal, manter a admiração por um cabelo comprido e bem tratado, independentemente se é de extensões ou da própria, se é mais claro ou mais escuro.